sexta-feira, 5 de outubro de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Já que a Britney tá de volta...
É galera saiu até nos telejornais, a Britney voltou aos palcos fez um show em San Diego ontem e talz... parece vai bombar de novo... uauhahuahahuahuauh
eu achei uma história em quadrinhos da Mônica muito legal e achoq ue vocês deveriam ler vai uma prévia... e abaixo ta o link...
http://www.monica.com.br/comics/fa/pag1.htm
O valor da amizade
Estudo: ver amigos "vale um salário de R$ 30 mil"
Uma pessoa que ganha R$ 3,3 mil e encontra com freqüência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social, concluiu um estudo conduzido na Grã-Bretanha.
Analisando os dados de uma enquete com 8 mil britânicos em todo o país, a pesquisa se propôs a "colocar etiquetas de preço em amigos, parentes e vizinhos", para concluir que, se for possível comprar felicidade, ela tem um alto preço.
"Os resultados mostram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a dezenas de libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida", conclui o autor da pesquisa, o especialista em Economia Aplicada a temas de felicidade Nick Powdthavee.
"Aumentos de renda, por outro lado, trazem muito pouca felicidade." O estudo foi conduzido no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e será publicado no próximo da revista científica Journal of Social-Economics.
Felicidade
O pesquisador analisou as respostas de 8 mil britânicos que responderam sobre seus hábitos sociais e analisaram seu grau de felicidade. A média de renda da amostra foi de 10 mil libras esterlinas por ano - cerca de R$ 3,3 mil por mês.
Mas pessoas que tinham este salário e viam seus amigos quase todos os dias se mostraram tão felizes quanto as que ganhavam 95 mil libras por ano - mais de R$ 31,5 mil - e nunca ou quase nunca se encontravam com seus amigos.
Vê-los um par de vezes por mês traria tanta felicidade quanto ganhar 67 mil libras por ano - mais de R$ 22 mil por mês, calculou o economista. Já encontrá-los uma ou duas vezes por semana seria tão prazeroso quanto contabilizar R$ 26,5 mil todo mês (69,5 mil libras a cada ano).
Mas Nick Powdthavee ressaltou que os ganhos de felicidade resultantes da convivência social são mais duráveis que os resultantes de aumentos de salário.
"As atividades sociais tendem a requerer nossa atenção enquanto elas estão sendo vivenciadas, e portanto o prazer decorrente delas dura mais tempo na memória", escreveu ele.
"Renda, por outro lado, está em um segundo plano. Normalmente, nos acostumamos rapidamente à idéia de que estamos recebendo um determinado pagamento no fim do mês."
Casamento
O estudo calculou também o 'valor' de eventos como o casamento e a separação.
Nos cálculos de Powdthavee, noivos podem sentir-se à vontade para gastar até cinco vezes a sua renda anual - no caso britânico, 50 mil libras esterlinas ou R$ 200 mil - em seu casamento. Esse foi o valor da felicidade calculado pelo pesquisador.
Separar-se, entretanto, pode ser tão devastador quanto perder 14 anos de salário - 139 mil libras esterlinas ou R$ 550 mil, segundo o estudo. O valor de uma demissão é apenas um pouco maior que isso - 143 mil libras ou R$ 570 mil.
Powdthavee disse que os dados deveriam levar os trabalhadores britânicos a repensar suas prioridades.
"As pessoas estão cada vez mais se dedicando ao trabalho. Se isto as ajuda a ter maiores salários, também leva à deterioração de laços sociais e familiares, que são muito mais importantes para o seu bem-estar", ele afirmou.
O estudo confirmou ainda a percepção geral de que nada é mais importante na vida que saúde.
De acordo com a pesquisa, sofrer de uma doença séria equivale a ver escorrer pelo ralo 480 mil libras esterlinas, ou quase R$ 2 milhões - suficiente para comprar uma boa casa em um bairro de classe média alta de Londres.
BBC Brasil
Uma pessoa que ganha R$ 3,3 mil e encontra com freqüência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social, concluiu um estudo conduzido na Grã-Bretanha.
Analisando os dados de uma enquete com 8 mil britânicos em todo o país, a pesquisa se propôs a "colocar etiquetas de preço em amigos, parentes e vizinhos", para concluir que, se for possível comprar felicidade, ela tem um alto preço.
"Os resultados mostram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a dezenas de libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida", conclui o autor da pesquisa, o especialista em Economia Aplicada a temas de felicidade Nick Powdthavee.
"Aumentos de renda, por outro lado, trazem muito pouca felicidade." O estudo foi conduzido no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e será publicado no próximo da revista científica Journal of Social-Economics.
Felicidade
O pesquisador analisou as respostas de 8 mil britânicos que responderam sobre seus hábitos sociais e analisaram seu grau de felicidade. A média de renda da amostra foi de 10 mil libras esterlinas por ano - cerca de R$ 3,3 mil por mês.
Mas pessoas que tinham este salário e viam seus amigos quase todos os dias se mostraram tão felizes quanto as que ganhavam 95 mil libras por ano - mais de R$ 31,5 mil - e nunca ou quase nunca se encontravam com seus amigos.
Vê-los um par de vezes por mês traria tanta felicidade quanto ganhar 67 mil libras por ano - mais de R$ 22 mil por mês, calculou o economista. Já encontrá-los uma ou duas vezes por semana seria tão prazeroso quanto contabilizar R$ 26,5 mil todo mês (69,5 mil libras a cada ano).
Mas Nick Powdthavee ressaltou que os ganhos de felicidade resultantes da convivência social são mais duráveis que os resultantes de aumentos de salário.
"As atividades sociais tendem a requerer nossa atenção enquanto elas estão sendo vivenciadas, e portanto o prazer decorrente delas dura mais tempo na memória", escreveu ele.
"Renda, por outro lado, está em um segundo plano. Normalmente, nos acostumamos rapidamente à idéia de que estamos recebendo um determinado pagamento no fim do mês."
Casamento
O estudo calculou também o 'valor' de eventos como o casamento e a separação.
Nos cálculos de Powdthavee, noivos podem sentir-se à vontade para gastar até cinco vezes a sua renda anual - no caso britânico, 50 mil libras esterlinas ou R$ 200 mil - em seu casamento. Esse foi o valor da felicidade calculado pelo pesquisador.
Separar-se, entretanto, pode ser tão devastador quanto perder 14 anos de salário - 139 mil libras esterlinas ou R$ 550 mil, segundo o estudo. O valor de uma demissão é apenas um pouco maior que isso - 143 mil libras ou R$ 570 mil.
Powdthavee disse que os dados deveriam levar os trabalhadores britânicos a repensar suas prioridades.
"As pessoas estão cada vez mais se dedicando ao trabalho. Se isto as ajuda a ter maiores salários, também leva à deterioração de laços sociais e familiares, que são muito mais importantes para o seu bem-estar", ele afirmou.
O estudo confirmou ainda a percepção geral de que nada é mais importante na vida que saúde.
De acordo com a pesquisa, sofrer de uma doença séria equivale a ver escorrer pelo ralo 480 mil libras esterlinas, ou quase R$ 2 milhões - suficiente para comprar uma boa casa em um bairro de classe média alta de Londres.
BBC Brasil
domingo, 29 de abril de 2007
NOTÍCIAS DIVERSAS
Mercado Aberto - Folha de S Paulo - 29/04/2007
CHAPÉU NA MÃO
Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte, vai a Washington, na terça. Ele tem audiência com o presidente do BID, Luiz Alberto Moreno. Pimentel busca financiamento para o Programa Vila Viva, de urbanização de vilas. Na véspera, irá à Comissão pelo Desenvolvimento Sustentável, em NY.
FOLHA DE S. PAULO - 29/04/2007
Cortadores de cana têm vida útil de escravo em SP
Pressionado a produzir mais, trabalhador atua cerca de 12 anos, como na época da escravidão
Conclusão é de pesquisadora da Unesp; usineiros dizem que estão mudando sistema de contratação e que vão melhorar condições
Às 4h, José Lúcio Oliveira acorda e prepara a sua marmita e... uma hora depois já está a caminho para se juntar a 45 homens e mulheres em direção ao canavial
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O novo ciclo da cana-de-açúcar está impondo uma rotina aos cortadores de cana que, para alguns estudiosos, equipara sua vida útil de trabalho à dos escravos. É o lado perverso de um setor que, além de gerar novos empregos e ser um dos principais responsáveis pela movimentação interna da economia, deve exportar US$ 7 bilhões neste ano.
Ao menos 19 mortes já ocorreram nos canaviais de São Paulo desde meados de 2004, supostamente por excesso de trabalho. Preocupados com as condições de trabalho e com a repercussão das mortes, as usinas estão mudando o sistema de contratação desses trabalhadores, antes terceirizados.
A pesquisadora Maria Aparecida de Moraes Silva, professora livre docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista), diz que a busca por maior produtividade obriga os cortadores de cana a colher até 15 toneladas por dia. Esse esforço físico encurta o ciclo de trabalho na atividade. "Nas atuais condições, passaram a ter uma vida útil de trabalho inferior à do período da escravidão", diz.
Nas décadas de 1980 e 1990, o tempo em que o trabalhador do setor ficava na atividade era de 15 anos. A partir de 2000, "já deve estar por volta de 12 anos", diz Moraes Silva. Devido à ação repetitiva e ao esforço físico, "ele começa a ter problemas seriíssimos de coluna, nos pés, câimbras e tendinite", afirma.
Para o historiador Jacob Gorender, o ciclo de vida útil dos escravos na agricultura era de 10 a 12 anos até 1850, antes da proibição do tráfico de escravos da África. Depois dessa data, os proprietários passaram a cuidar melhor dos escravos, e a vida útil subiu para 15 a 20 anos.
Moraes Silva, que desenvolve pesquisa com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) sobre os migrantes cortadores de cana, acaba de voltar do Maranhão e do Piauí, novos pólos de fornecimento de mão-de-obra para São Paulo.
Uma das constatações da professora é que a maior exigência de força física no trabalho está forçando a vinda cada vez maior de jovens.
Aparecida de Jesus Pino Camargo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba (SP), diz que a maioria dos cortadores de cana está na faixa de 25 a 40 anos, mas que há cada vez mais jovens na atividade, com até 18 anos.
Para a pesquisadora, o trabalhador anda de 8 a 9 km por dia, sempre submetido a um grande esforço físico, o que causa sérios problemas à saúde. "Esse trabalho tem provocado uma dilapidação -esse é o termo, não encontro outro- dos trabalhadores", afirma ela.
Moraes Silva, porém, afirma que a situação começa a melhorar. Com pressão do Ministério Público, as usinas estão fazendo exames admissionais e adotaram várias medidas de proteção aos trabalhadores, diz.
CHAPÉU NA MÃO
Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte, vai a Washington, na terça. Ele tem audiência com o presidente do BID, Luiz Alberto Moreno. Pimentel busca financiamento para o Programa Vila Viva, de urbanização de vilas. Na véspera, irá à Comissão pelo Desenvolvimento Sustentável, em NY.
FOLHA DE S. PAULO - 29/04/2007
Cortadores de cana têm vida útil de escravo em SP
Pressionado a produzir mais, trabalhador atua cerca de 12 anos, como na época da escravidão
Conclusão é de pesquisadora da Unesp; usineiros dizem que estão mudando sistema de contratação e que vão melhorar condições
Às 4h, José Lúcio Oliveira acorda e prepara a sua marmita e... uma hora depois já está a caminho para se juntar a 45 homens e mulheres em direção ao canavial
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O novo ciclo da cana-de-açúcar está impondo uma rotina aos cortadores de cana que, para alguns estudiosos, equipara sua vida útil de trabalho à dos escravos. É o lado perverso de um setor que, além de gerar novos empregos e ser um dos principais responsáveis pela movimentação interna da economia, deve exportar US$ 7 bilhões neste ano.
Ao menos 19 mortes já ocorreram nos canaviais de São Paulo desde meados de 2004, supostamente por excesso de trabalho. Preocupados com as condições de trabalho e com a repercussão das mortes, as usinas estão mudando o sistema de contratação desses trabalhadores, antes terceirizados.
A pesquisadora Maria Aparecida de Moraes Silva, professora livre docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista), diz que a busca por maior produtividade obriga os cortadores de cana a colher até 15 toneladas por dia. Esse esforço físico encurta o ciclo de trabalho na atividade. "Nas atuais condições, passaram a ter uma vida útil de trabalho inferior à do período da escravidão", diz.
Nas décadas de 1980 e 1990, o tempo em que o trabalhador do setor ficava na atividade era de 15 anos. A partir de 2000, "já deve estar por volta de 12 anos", diz Moraes Silva. Devido à ação repetitiva e ao esforço físico, "ele começa a ter problemas seriíssimos de coluna, nos pés, câimbras e tendinite", afirma.
Para o historiador Jacob Gorender, o ciclo de vida útil dos escravos na agricultura era de 10 a 12 anos até 1850, antes da proibição do tráfico de escravos da África. Depois dessa data, os proprietários passaram a cuidar melhor dos escravos, e a vida útil subiu para 15 a 20 anos.
Moraes Silva, que desenvolve pesquisa com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) sobre os migrantes cortadores de cana, acaba de voltar do Maranhão e do Piauí, novos pólos de fornecimento de mão-de-obra para São Paulo.
Uma das constatações da professora é que a maior exigência de força física no trabalho está forçando a vinda cada vez maior de jovens.
Aparecida de Jesus Pino Camargo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Piracicaba (SP), diz que a maioria dos cortadores de cana está na faixa de 25 a 40 anos, mas que há cada vez mais jovens na atividade, com até 18 anos.
Para a pesquisadora, o trabalhador anda de 8 a 9 km por dia, sempre submetido a um grande esforço físico, o que causa sérios problemas à saúde. "Esse trabalho tem provocado uma dilapidação -esse é o termo, não encontro outro- dos trabalhadores", afirma ela.
Moraes Silva, porém, afirma que a situação começa a melhorar. Com pressão do Ministério Público, as usinas estão fazendo exames admissionais e adotaram várias medidas de proteção aos trabalhadores, diz.
O LEGADO DE CHIRAC
ARTIGO
Legado de Chirac à frente da França é subestimado
Presidente admitiu papel de seu país no Holocausto, não cedeu à extrema-direita, apoiou ingresso da Turquia na UE e iniciou na ONU oposição à invasão do Iraque
TONY JUDT
É fácil subestimar Jacques Chirac. Dentro de alguns dias os franceses vão eleger um novo presidente, e o presidente atual, 74 anos, vai se afastar do cenário político sem que sua saída seja lamentada. Ao longo de uma carreira política de quase cinco décadas, durante a qual ele foi prefeito de Paris, primeiro-ministro (duas vezes) e presidente de seu país nos últimos 12 anos, Chirac parece ter realizado pouco.
Enquanto foi prefeito (1977-1995), a corrupção municipal aumentou constantemente, apesar de ainda ser insignificante pelos padrões dos Estados Unidos. Suas promessas reiteradas de consertar as falhas nas leis de emprego e nos serviços sociais franceses foram abandonadas diante dos protestos de rua. E ele fez pouco para reconhecer ou enfrentar o problema das minorias francesas ou as insatisfações dos jovens. Em ambos os lados do Atlântico, o obituário político de Chirac está sendo escrito em termos pouco elogiosos.
Mas será que a situação da França realmente é tão grave assim? De todos os lados se ouvem chamados por "reformas" para alinhar a França mais estreitamente com as práticas e políticas anglo-americanas. O disfuncional "modelo social francês", nos asseguram freqüentemente, fracassou.
"Fracasso" positivo
Se é essa a verdade, então há muito de positivo a ser dito do fracasso. Os bebês franceses têm melhores chances de sobrevivência que os americanos.
Os franceses vivem mais que os americanos e têm saúde melhor (a um custo muito mais baixo). O desnível entre ricos e pobres é menor que nos EUA ou no Reino Unido, e há menos pobres.
Sim, a França tem alto índice de desemprego entre os jovens, graças aos empecilhos institucionalizados à geração de empregos. Mas, se os franceses tirassem os jovens de pele morena na faixa dos 18 a 30 anos do rol dos desempregados e os colocassem na prisão, como fazemos nos EUA, suas estatísticas de desemprego também pareceriam boas.
Enquanto isso, vale recordar o que Jacques Chirac fez, de fato. Em 1995 ele se tornou o primeiro presidente a abertamente reconhecer o papel exercido por seu país no Holocausto. "O ocupante foi auxiliado pelos franceses, pelo Estado francês... Naquele dia, a França realizou o irreparável". Jacques Chirac proibiu seus seguidores de aliar-se ou fazer acordos com a racista e xenófoba Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen -em contraste com François Mitterrand, que, em 1986, manipulou as leis eleitorais francesas para beneficiar Le Pen (e, com isso, enfraquecer a direita moderada).
Consciente dos vínculos da Europa com o mundo muçulmano -e do custo que teria a rejeição e humilhação da única democracia secular do islã-, Chirac apoiou de maneira firme e constante a entrada da Turquia na União Européia, posição impopular entre seus próprios eleitores conservadores. E ele iniciou e liderou a oposição internacional à guerra do presidente Bush no Iraque.
Não nos esqueçamos da francofobia histérica de 2003: não apenas a imbecilidade das "freedom fries" (batatas fritas da liberdade, em lugar de "fritas francesas"), mas também as manifestações xenófobas no Congresso, na administração e na grande imprensa americana, na qual comentaristas de destaque pediram que a França fosse "expulsa" do Conselho de Segurança e se ofereceram para deixar que os "covardes traidores" franceses segurassem nossos casacos enquanto os americanos mais uma vez travariam suas lutas por eles.
Mas Jacques Chirac estava certo. Ao enfrentar Bush -e instruir seus representantes nas Nações Unidas a bloquear uma corrida para uma guerra não provocada-, o presidente francês salvou tanto a honra da ONU quando a credibilidade da comunidade internacional.
Não é evidente que qualquer um de seus sucessores prováveis teria se saído tão bem quanto ele. Chirac tem idade suficiente para apreciar a dívida que a Europa tem com os EUA, mas é gaullista o suficiente para se opor às manias de grandeza de Washington.
Seu herdeiro aparente, Nicolas Sarkozy, não é nem uma coisa nem outra. A admiração que Sarkozy nutre pelos EUA e o conhecimento que tem do país parecem limitar-se ao índice de crescimento econômico americano. Ele se opõe à entrada da Turquia na União Européia. E seu gaullismo é maculado por um fraco por chavões de direita. Chirac jamais se rebaixou dessa maneira.
A candidata socialista, Ségolène Royal, tem um complexo de Joana d'Arc (quando anunciou sua candidatura, em outubro passado, falou sobre ouvir "chamados" e aceitar "esta missão de conquista para a França") e pratica a demagogia soft. Sobre questões políticas cruciais -a Constituição da União Européia, o ingresso da Turquia na Europa- ela vem evitando se comprometer. Muitos de seus partidários socialistas são tanto antiamericanos quanto antieuropeus; assim, é provável que Royal na Presidência irá enfraquecer a União Européia sem fortalecer de qualquer maneira a influência transatlântica da França -ou seja, precisamente a agenda dos estrategistas neoconservadores de Washington.
O destino da Europa
Nem Sarkozy nem Royal compartilham a apreciação histórica de Chirac pelo que está em jogo na construção da Europa: porque isso é importante, e porque aqueles que gostariam de dividir ou diluir a Europa estão brincando com fogo. E Chirac tem razões para se preocupar. Alguns membros novos da UE querem as duas coisas: querem uma economia com baixos impostos, ao estilo americano, desde que ela seja subscrita por subsídios dos contribuintes "ineficientes" da Europa Ocidental.
Polônia e República Tcheca recebem "fundos de solidariedade" de Bruxelas, mas saúdam os sistemas americanos de defesa antimísseis sem mesmo consultar os outros membros da UE. Quando Chirac disse aos europeus do Leste que apoiaram Bush e Blair com relação ao Iraque que eles tinham "perdido uma ótima oportunidade de calar a boca", sua reação franca incomodou a muita gente, mas ele estava com a razão.
Nas mãos de uma nova geração de políticos indiferentes ao passado, a Europa corre o risco de desfazer-se muito rapidamente. Aqueles que hoje festejam a saída de Chirac deveriam recordar o que Rhett Butler disse a Scarlett O'Hara quando ela menosprezou com impaciência os resquícios do Rxército Confederado, em "E o Vento Levou": "Não tenha tanta pressa em vê-los ir embora, querida, pois com eles se vai o último resquício de lei e ordem".
Com Jacques Chirac estamos nos despedindo do último resquício de ação de estadistas europeus de uma geração que se recordava de onde podia ir parar uma Europa desfeita. Receio que vamos sentir sua falta.
--------------------------------------------------------------------------------
O historiador britânico TONY JUDT é professor da Universidade de Nova York e autor de "Postwar, Uma História da Europa desde 1945"
Tradução de CLARA ALLAIN
Folha de S. Paulo - 29/04/2007
Legado de Chirac à frente da França é subestimado
Presidente admitiu papel de seu país no Holocausto, não cedeu à extrema-direita, apoiou ingresso da Turquia na UE e iniciou na ONU oposição à invasão do Iraque
TONY JUDT
É fácil subestimar Jacques Chirac. Dentro de alguns dias os franceses vão eleger um novo presidente, e o presidente atual, 74 anos, vai se afastar do cenário político sem que sua saída seja lamentada. Ao longo de uma carreira política de quase cinco décadas, durante a qual ele foi prefeito de Paris, primeiro-ministro (duas vezes) e presidente de seu país nos últimos 12 anos, Chirac parece ter realizado pouco.
Enquanto foi prefeito (1977-1995), a corrupção municipal aumentou constantemente, apesar de ainda ser insignificante pelos padrões dos Estados Unidos. Suas promessas reiteradas de consertar as falhas nas leis de emprego e nos serviços sociais franceses foram abandonadas diante dos protestos de rua. E ele fez pouco para reconhecer ou enfrentar o problema das minorias francesas ou as insatisfações dos jovens. Em ambos os lados do Atlântico, o obituário político de Chirac está sendo escrito em termos pouco elogiosos.
Mas será que a situação da França realmente é tão grave assim? De todos os lados se ouvem chamados por "reformas" para alinhar a França mais estreitamente com as práticas e políticas anglo-americanas. O disfuncional "modelo social francês", nos asseguram freqüentemente, fracassou.
"Fracasso" positivo
Se é essa a verdade, então há muito de positivo a ser dito do fracasso. Os bebês franceses têm melhores chances de sobrevivência que os americanos.
Os franceses vivem mais que os americanos e têm saúde melhor (a um custo muito mais baixo). O desnível entre ricos e pobres é menor que nos EUA ou no Reino Unido, e há menos pobres.
Sim, a França tem alto índice de desemprego entre os jovens, graças aos empecilhos institucionalizados à geração de empregos. Mas, se os franceses tirassem os jovens de pele morena na faixa dos 18 a 30 anos do rol dos desempregados e os colocassem na prisão, como fazemos nos EUA, suas estatísticas de desemprego também pareceriam boas.
Enquanto isso, vale recordar o que Jacques Chirac fez, de fato. Em 1995 ele se tornou o primeiro presidente a abertamente reconhecer o papel exercido por seu país no Holocausto. "O ocupante foi auxiliado pelos franceses, pelo Estado francês... Naquele dia, a França realizou o irreparável". Jacques Chirac proibiu seus seguidores de aliar-se ou fazer acordos com a racista e xenófoba Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen -em contraste com François Mitterrand, que, em 1986, manipulou as leis eleitorais francesas para beneficiar Le Pen (e, com isso, enfraquecer a direita moderada).
Consciente dos vínculos da Europa com o mundo muçulmano -e do custo que teria a rejeição e humilhação da única democracia secular do islã-, Chirac apoiou de maneira firme e constante a entrada da Turquia na União Européia, posição impopular entre seus próprios eleitores conservadores. E ele iniciou e liderou a oposição internacional à guerra do presidente Bush no Iraque.
Não nos esqueçamos da francofobia histérica de 2003: não apenas a imbecilidade das "freedom fries" (batatas fritas da liberdade, em lugar de "fritas francesas"), mas também as manifestações xenófobas no Congresso, na administração e na grande imprensa americana, na qual comentaristas de destaque pediram que a França fosse "expulsa" do Conselho de Segurança e se ofereceram para deixar que os "covardes traidores" franceses segurassem nossos casacos enquanto os americanos mais uma vez travariam suas lutas por eles.
Mas Jacques Chirac estava certo. Ao enfrentar Bush -e instruir seus representantes nas Nações Unidas a bloquear uma corrida para uma guerra não provocada-, o presidente francês salvou tanto a honra da ONU quando a credibilidade da comunidade internacional.
Não é evidente que qualquer um de seus sucessores prováveis teria se saído tão bem quanto ele. Chirac tem idade suficiente para apreciar a dívida que a Europa tem com os EUA, mas é gaullista o suficiente para se opor às manias de grandeza de Washington.
Seu herdeiro aparente, Nicolas Sarkozy, não é nem uma coisa nem outra. A admiração que Sarkozy nutre pelos EUA e o conhecimento que tem do país parecem limitar-se ao índice de crescimento econômico americano. Ele se opõe à entrada da Turquia na União Européia. E seu gaullismo é maculado por um fraco por chavões de direita. Chirac jamais se rebaixou dessa maneira.
A candidata socialista, Ségolène Royal, tem um complexo de Joana d'Arc (quando anunciou sua candidatura, em outubro passado, falou sobre ouvir "chamados" e aceitar "esta missão de conquista para a França") e pratica a demagogia soft. Sobre questões políticas cruciais -a Constituição da União Européia, o ingresso da Turquia na Europa- ela vem evitando se comprometer. Muitos de seus partidários socialistas são tanto antiamericanos quanto antieuropeus; assim, é provável que Royal na Presidência irá enfraquecer a União Européia sem fortalecer de qualquer maneira a influência transatlântica da França -ou seja, precisamente a agenda dos estrategistas neoconservadores de Washington.
O destino da Europa
Nem Sarkozy nem Royal compartilham a apreciação histórica de Chirac pelo que está em jogo na construção da Europa: porque isso é importante, e porque aqueles que gostariam de dividir ou diluir a Europa estão brincando com fogo. E Chirac tem razões para se preocupar. Alguns membros novos da UE querem as duas coisas: querem uma economia com baixos impostos, ao estilo americano, desde que ela seja subscrita por subsídios dos contribuintes "ineficientes" da Europa Ocidental.
Polônia e República Tcheca recebem "fundos de solidariedade" de Bruxelas, mas saúdam os sistemas americanos de defesa antimísseis sem mesmo consultar os outros membros da UE. Quando Chirac disse aos europeus do Leste que apoiaram Bush e Blair com relação ao Iraque que eles tinham "perdido uma ótima oportunidade de calar a boca", sua reação franca incomodou a muita gente, mas ele estava com a razão.
Nas mãos de uma nova geração de políticos indiferentes ao passado, a Europa corre o risco de desfazer-se muito rapidamente. Aqueles que hoje festejam a saída de Chirac deveriam recordar o que Rhett Butler disse a Scarlett O'Hara quando ela menosprezou com impaciência os resquícios do Rxército Confederado, em "E o Vento Levou": "Não tenha tanta pressa em vê-los ir embora, querida, pois com eles se vai o último resquício de lei e ordem".
Com Jacques Chirac estamos nos despedindo do último resquício de ação de estadistas europeus de uma geração que se recordava de onde podia ir parar uma Europa desfeita. Receio que vamos sentir sua falta.
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O historiador britânico TONY JUDT é professor da Universidade de Nova York e autor de "Postwar, Uma História da Europa desde 1945"
Tradução de CLARA ALLAIN
Folha de S. Paulo - 29/04/2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
VOLTEI
Apesar dos bambásticos acontecimentos desde o último post estou de volta.
Tô meio assustado como o mundo anda rápido. A Britney tá careca. Maná anuncia que vem, depois aque não vem, depois que vem, e depois que desistiu. Boris Yeltsyn morreu, o aquecimento global está mais acelerado do que se imagina. Vão cortar a bolsa de quem tranca matrícula na Fundação. O Lula recebe o Collor no Palácio do Planalto, o Franklin Martins trabalha pra esse mesmo Lula. Vão cortar as pensões do INSS. Descobriram que os juízes vendem sentenças. O Paulo de Tarso tá ferrando a galera. O Carneirão tá de volta. O Lula é contra os bagres da Amazônia. O Aécio criou o Poupança Jovem. Os prefeitos querem dar um golpe branco etendendo seus mandatos até 2010. Meu niver ta chegando. Meu dente tá doendo. Amanhã tem reunião do colegiado. Linkin Park lançou novo single, muito bom por sinal. A edição especial do Amar és Combatir, do Maná é muito boa. Pena que os pouquíssimos que leêm este humilde blog não apreciem essa música.
Acabou a baboseira.
Tô meio assustado como o mundo anda rápido. A Britney tá careca. Maná anuncia que vem, depois aque não vem, depois que vem, e depois que desistiu. Boris Yeltsyn morreu, o aquecimento global está mais acelerado do que se imagina. Vão cortar a bolsa de quem tranca matrícula na Fundação. O Lula recebe o Collor no Palácio do Planalto, o Franklin Martins trabalha pra esse mesmo Lula. Vão cortar as pensões do INSS. Descobriram que os juízes vendem sentenças. O Paulo de Tarso tá ferrando a galera. O Carneirão tá de volta. O Lula é contra os bagres da Amazônia. O Aécio criou o Poupança Jovem. Os prefeitos querem dar um golpe branco etendendo seus mandatos até 2010. Meu niver ta chegando. Meu dente tá doendo. Amanhã tem reunião do colegiado. Linkin Park lançou novo single, muito bom por sinal. A edição especial do Amar és Combatir, do Maná é muito boa. Pena que os pouquíssimos que leêm este humilde blog não apreciem essa música.
Acabou a baboseira.
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